METADE DE MIM
Existem dias, que jamais vão voltar
e sonhos grandes, que não cabem na mão,
lagrimas tristes, que deixei de contar.
Sentado, no frio degrau da escuridão,
ficou o meu olhar sem coração,
desarrumado...a respirar.
Deixo o meu corpo nas margens do vento,
gavetas fechadas pelo sal da dor,
talvez haja espaço, talvez tenha tempo,
de olhar os teus olhos, de chamar-te amor.
A escuridão afaga-me o frio do corpo,
rendida ao desalento do penar
batem as horas num relogio morto,
que perdeu o conto, na hora de contar.
E eu vejo a luz secreta do teu sorriso,
á minha espera, para lá do paraíso.
Deixo o meu corpo seguir onde o teu for,
estrelas cadentes na noite de breu,
dizes que és minha, chamas-me de amor,
chamo-te de amor e digo que sou teu.
Hoje, sempre, até ao fim,
meu amor,
tu és metade de mim!
Beija-flor