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ABRAÇO MULHER POETA

 
Minha alma grita, arranhando paredes
Como grita um pincel de Picasso,
Ao enfrentar uma tela virgem.
Cala-te ainda mais silêncio!

Que desnuda por inteiro meu grito,
Talvez assim, desnudando meu grito
Mate a morte minha alma, calada
De tão belo o encanto encanta a dor

Quanto de te fica em mim ao ler belezas,
Que são teus textos em teu corpo, teus anéis
Me confundem os três, quando toco nos três
E me acabo por misturar entre palavras e tintas.

Silêncios, escadas frias e tintas, latas vazias
Telas e tintas e um pincel louco, louco artista
Pintando e dando cor à tela, minha alma
E dando vida às cores, à fala, ao silêncio.

Acabo-me renascendo em te, tornando-te suspeita,
Me tornar tinta, me tornar pincel e entornar a arte
Me tornar arte, me tornar um quadro vazio,
E de tanto, sem encanto, me tornar nada, anel!

Abraço, amiga e parceira, amiga da vida, das almas de tintas.
Parideira das mais belas poesias, dos copos de tintas,
Das nossas Minas, dos nossos corpos, artistas, de tintas.
Tantos. Outros tantos, de tantos lugares, nossos de tintas.



José Veríssimo

 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 11/01/2014 03:41  Atualizado: 11/01/2014 03:41
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 Re: ABRAÇO MULHER POETA
meu tão querido... que belezura.
depois de ler-te como uma cor escorrendo
entre tintas... penso intrusamente que precisamos
fazer outro dueto... comece que termino.
bem assim... sentir falta da tua poesia é um carinho
que venho buscar. obrigada (sempre)