Sonhava e apostava tudo em um devaneio
Trazia para o cotidiano, uma idéia imutável
Uma nova trilha, um ímpeto cego e sem freio
Em busca de uma essência como odor de mel
Molestava o destino pelo que me era anseio
Sem ouvir a sua voz, na esperança de ser fiel
O real da face, deste sonho em que o seio
Torna-me vazio quando me é alheio e cruel
Dentro de mim e no interior de suas cores
Meu pensar trôpego não enxerga mais chão
Pela traição do silêncio do despertar da ilusão
Amanheço envelhecido nos braços dos entes
Com a certeza do meu espírito em absolvição
Pelo tempo que me fez avançar na evolução
Murilo Celani Servo