Estou caído na rua
e os automóveis passam sobre minhas costas
e eu grito o vazio da carne
no vazio dos jogos que eliminam as pessoas
A chuva do Éden despeja na boca das flores
o sumo do teu sexo público aberto em jóia
ecoando na fome dos que foram anjos
e hoje são coveiros errando num complexo tecnológico
e meu vulto abre portas
atrás das árvores secas nos novos desertos
e me arrasto carregando o farrapo dos ossos
estupidamente perdido sem amigos e sob a chuva
(Refrão:
Atrás de cada curva uma sombra
na viagem do guerreiro sem dama)
Ah! belas noites sem misericórdia
vou dormir sob o céu de todas as misérias
e quando a escuridão estender a dúvida na palidez da distância
eu quero ser o arauto o destrutivo galo que anunciará a liberação de todas as felicidades
Já não poso dormir em paz
acossado pelos teus beijos fictícios de Vampira da Madrugada
e reajo cobrindo-te a pele de saliva e algas e ouro e sangue
e esmurrando o cupido no escuro eco das paixões imundas
o que faria você comigo nas entranhas
transformando pérolas em palavras?
velozes palavras de desespero no deleite do eclipse das carnes
na aurora encharcada no abismo coberto pela floresta dos gestos
ah! teus pelos enforcam meu desejo
deusa da minha decadência
Crava-me os dentes no apocalipse dos carinhos crava-me
esfacela-me o ego
joga-me na masmorra do êxtase
a manhã rasga o despudor da tua dança gueixa
domando meu cadáver insaciável de eternidade
Tens o oceano das feras revolto no sexo
o fogo dos dragões em todos os lábios
vamos suba o navio zarpa rumo ao inexplicável
eu não quero perder o deleite da carne
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]