Vejo na lua que nasce no horizonte
Um gesto de tuas mãos a me chamar...
Meu pensamento te atende, flutua sobre o mar
E te abraça embevecido atrás dos montes.
Diante do espelho das águas tua face nua
Baila sereno sobre as vagas do brando oceano
E eu como ave condoreira de sentimento humano
Te amparo solene perante o amor que se insinua...
Sob ventos sensuais te belisco e te arrepio,
Em meu olfato sinto as navalhas do teu cio
A espargir delírios nocauteados pelo amor...
A vida é um enxame de desejos sem fim,
Amar é plenitude de corpos que, afins,
Tornam eloquentes quaisquer sintomas de dor!