quando houve a doação
a oferta foi uma flor rendada
delicada com alvura de inocência
e simples como um sorriso de
criança e verdadeira como
qualquer declaração que dela
venha e foi por escrito que
se fez em missiva dizendo que só
queria amar sem pretender
a recíproca e, por não querer
a mutação do amor pra dor, leu
pela quinta vez a declaração da
carta empossando-se novamente
de todas as palavras e ainda ouviu
a bela cantiga que ela se tornou, e
decidiu honrar os dizeres e
apenas amar, só que agora em
silêncio.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.