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Quando pouso no abismo que me atrai o Mundo
Ausentam-se repentinos frios entregues a esses Abraços
Em que confio
Deslumbro-me por estas evasões
Manhã póstuma labirinto infernal de parques feitos de
Ondulações despenteadas revoltas do Inverno no mar
[Inferno vivo]
Entrego-me assim pelos promontórios que
Mudam teus Olhos cansados de tantas
Longitudes longas
Longe
Inventas horas sem interrupções desnudadas
Pelo espaço em volta como os passos incertos
Jamais se cruzando
E
Transportas-me sem perguntas ou ais perdidos
Por esse respirar mais intenso do momento Eterno
Pacto que se sela sem cavalos loucos ou
Orquídeas esperando a brisa do sol escondido
Cobre-me com o frio intenso
Do calor deste mar parado chão
Despojo-me finalmente
Sabendo-te
Existência
[Apenas].
(Ricardo Pocinho)
“Alguém te cobre com o frio
Entrega-te nesses braços, confia –
Sabes que é o abismo”
(“[Como um punhal, de noite]” Nuno Rocha Morais)