Há silêncios que deviam estar calados,
Ruas que mereciam novas solas
Gente que não vive o que merece
E loucos que devem dias à liberdade
Há memórias de outros passados
Perdidas numa mão de esmolas
Abstracta vida que acontece
Por entre teias de saudade
Há flores que não morrem
Que se regam com gotas de sal
Comigo e contigo, só nós dois
Num vai e vem tresloucado
Há amores que não correm
Que são capas de jornal
Futuro de amanhã e depois
Cantados em fado falado
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma