Ao arpão que machuca e fere, foi o amortalhado do tempo
no exílio das desventuras em tuas mãos fui sagrada jóia,
e agora, na agonia da certeza, depreendo lágrimas do silêncio.
Eis que do desejo sucumbi em demônios, entre carros nas avenidas sombrias,
de tanto procurar, fui levada ao esquecimento, não encontrando a porta de saída,
chuva poluída na pureza da poesia, és lamento dos meus dias!
E nas juras da ambição, saboreando as entranhas do meu coração,
estranho cuspindo ácidos em meu rosto, vejo a face dos anjos desfiguradas,
trazendo a certeza do engano, fui violada por um ectoplasma, fé, amor e adoração.
Sem tempo para lamentos, comecei uma canção, a doce paixão
da rosa em botão, transformou a tal maldição em doce amplidão,
Hoje caminham fantasma e rosa em lados opostos,nos caminhos d'agora...
Viagem nos sonhos e sintam na alma o que é poesia!