FUTURO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Senti
O cheiro inconfundível do tempo
Mofando as entranhas da juventude.
E havia fios brancos
Nos olhares que pareciam jovens.
Tudo já era tão antigo
E transcendia novidade.
A novidade era a repetição...
A pequena visão nublada...
A verdade tinha centenas de anos
E cheirava a mofo.
O tempo, um disco arranhado,
Repetia a pior parte da canção.
A juventude caducava
Em sorrisos e frases soltas...
Há fios brancos nesses olhares
Que parecem.
O futuro é um asilo reformado
E a tinta nova sempre terá
O inconfundível cheiro do tempo.