Poemas : 

Sucumbida

 
A lágrima presa do choro não declarado.

Morta no imenso vazio de seus olhos.

Não escorrida e por fim tão pouco sentida, mal sabia do seu destino mortificado.

O que é viver?

Sentir o constante gosto da amarga morte que tarda mas não falha?

Viver na esperança de nunca receber a tal visita?

Ver tua vida virar mera migalha.

Ó vida, o que trás ai para mim?

Mais dor desamparada.

A ilusão de achar que ainda vivo.

A ilusão de ser lembrada, apenas no passado fiquei como amada.

Ó dor que me angustia.

Se tu soubeste o mal que me faz, fazia.

Se tu soubeste o que tive que deixar.

As pedras eu achava que era algo que me valia.

Porém vejo que eram os sorrisos que faziam a constância de um alegrar.

Ó dor, ó vida.

Como agora vou enterrar tudo que um dia me fez amar?

Como podes ser tão cruel e tempestuosa, vida?

Tu me ouves?

Preste atenção, essa pode ser minha partida.

Olhe para mim, perdida.

O que queres mais? Não posso mais.

Meus olhos se esgotam ao lembrar da minha vida.

Transbordam, encharcam e me matam.

Ó vida que me remete a dor de todo ardor, finalizo aqui já sucumbida, me entrego já tão ferida, mas assim tão bem vivida, vida, já tão entardecida.

Deixe-me ser eterna, na fagulha doída porém, agora sentida.

Vida.


Tu me ouves ?


 
Autor
BrunoPereiraGarcia
 
Texto
Data
Leituras
794
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/12/2013 17:52  Atualizado: 31/12/2013 17:52
 Re: Sucumbida
Q perfeito, parabéns.