O frio contorce-se entre a loucura dos ventos
Em orvalhos matinais que nus se descascam
Nas copas das árvores de outros natais
Os pés arrastam-se velhos e lentos
Em chãos pisados que se queixam
Da dor de suas chagas fatais
Os burros de olhares pasmos choram
Não há onde pastar nem onde viver
A incompreensão são rios de água
Mãos que secam ao Sol, definham
Mais vale assim, morto, que morrer
Desta cega e monótona mágoa
O sangue corre apertado com esperança
Incendeia-se de lágrimas e vontades
Desagua na terra árida de desejo
Da tempestade à bonança
Soltam-se gritos e saudades
Um suspiro do teu beijo
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma