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Poema da eternidade
Restava um tempo
Que escorria por entre meus dedos,
Um tempo exíguo, um istmo invisível,
Que asfixiava meu passado, presente e futuro.
Respirava um ar viciado
E sempre usando um balão de oxigênio,
Minhas fantasias assentadas no velho relógio.
Mas era meu o passar das horas
Ou assim tinha o conforto de pensar.
Einstein, abruptamente, me roubou esse espaço
E sem querer me apresentou à eternidade,
Uma responsabilidade assustadora,
Uma liberdade bizarra, para um tolo como eu.
O que fazer agora com essa imensidão
Espremida num ponto, este agora?
Milton filho/24.01.13