desço dos ápices onde há enleio
fujo do arejo das alturas que
levam-me a roçar seios
em chão de nuvens
será a despedida dos picos
aguilhoando céu
feito agulhas em coxim azul
esperando coser dos sonhos
a descida das torres quietas
se arriscará por entre precipícios
onde o vento passa
sem arrancar cores do inverno
desço em meditação
rumando aos riachos
que seguem revirando seixos
até ulularem nas curvas dos rios
e assim, unânimes, penetrarem
na carne do mar a urgência dos cios
quero ficar rente ao chão
vendo o cair das sementes
pra cobrir nudez de planícies
de verdes e flores
de flores e verdes
matizando meus olhos
de vermelho, rosa , lilás
ou quem sabe um leve toque de mãos
entregando-me um buquê de amar.ilis
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.