A maldita pinga
(Mauro Leal)
Aos sábados como de costume,
bem cedinho "seu" zé besteira saia para as modas apreciar
e passando no comércio,
quis pro almoço, uma surpresa à dona "encrenca", à sua promessa pagar.
Passou a mão num baita frangão e mandou pesar
e retornou feliz ao aconchegante lar,
mas ao chegar na traumática esquina
ajuntou-se à turma da pinga
e entre as conversas perdidas,
passaram a enaltecer
a vitória do "MENGÃO sobre o FURAÇÃO",
e nas lembranças das jogadas mais lindas,
começou a esvaziar o tubo da "pinga"
e quando chegaram no momento que a primeira rede balançou,
pelo gargalo água ardente goela adentro entornou.
As horas passavam e na pinguça birosca
mais e mais fanáticos "papudinhos" chegavam,
até que a fanfarra chegou no lindo
e liquidador golaço do "brocador",
aí a calçada hilária
em abraços as palavras cruzavam,
e "zé besteira" a esta altura agarrado a "mamadeira do cão",
pelas paredes equilibrava-se, chorava
e aos gritos de "mengão é o bom,
mengão é bom, mengão é o bom",
a "franga" soltava
e a desgraça da ypióca secava.
já tardinha, quando debruçou-se e amparando-se na mesa de bilhar,
deparando-se cara a cara com o frangão que já estava em decomposição,
assustando-se e rapidamente sob seu sovaco o dito cujo vencido, acomodou
e pela rua foi-se com as calças perdendo, trocadilhando,
pés inchados trocando e cavaco catando,
enquanto sua patroa com a farofa, o arroz e a garganta nervosa a bufar
o aguardava pra o bicho soltar
e sobre seu lombo o cacete novamente quebrar.