Teus pés nus e descalços
molhados pelas frias águas
onde te vejo ainda caminhando lentamente
e evitando torpes percalços
que surgem da areia quente
em forma de velhas mágoas
E essa brisa marítima
que passeia teus longos cabelos
fazendo-te ficar ainda mais divina
e te dá esse perfume salgado de mar
quem sabe que irá nesses teus belos olhos
serão restos salgados de lágrimas doces
que caiem aos molhos
na tristeza do teu olhar?
Quem me dera ser eu essa gaivota para quem tu sorris,pois daqui vejo na tua pele morena a beleza dessa tua flor de lis,e sou teu guardião nesse teu passeio sem fim,bonita rosa que passeias agora livre ao vento,onde me deixas num breve momento,a desejar-te voltar a aprisionar em meu velho jardim
mas heis que deixo de te enxergar
teu corpo é agora um ponto pequeno rodeado de tanto mar,mas mesmo assim ainda sinto na brisa restos de teu inigualável perfume,onde o piar de famintas gaivotas se misturam ao som rouco do meu velho ciume ,e tento em vão segurá lo dentro do meu peito meu rebelde coração,que deseja partir contigo,abandonar -me e viver como um sem abrigo,na louca ilusão de te puder alcançar,mas teu mundo é um mar molhado que eu nunca poderei pisar...
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