A Terra era pequenina
Acabada de nascer
E como era menina
Sonhava de ser mulher
E na sua juventude
Era ingénua e risonha
Ela queria ter a virtude
De um dia ser "cegonha".
Nasceu com a esperança
De ser nosso Paraíso,
Mas ainda era criança
Já ela perdia o sorriso.
Toda verde, toda esperança,
mas o homem apareceu,
Assim se deu a mudança
E a terra adoeceu.
Toda coberta de flores
Em forma de corações,
Mas foi com amargor
Que viu chegar os canhõs.
E em nosso prejuizo
o mundo fez-se moderno,
Deixou de ser Paraíso
Passou a ser o Inferno.
Pobre menina!
Rainha do Universo
Já não és a pequenina
Que sonhou no seu berço.
Verde, tu já não és
Mergulhada na metralha
Que o homem com malvadez
Fez-te campo de batalha.
A. da fonseca