Não vivermos lado a lado
É para nós sofrimento
É vivermos no pecado
É amor sem paramento.
A ninfa que é teu coração
Se quiser deixar o ribeiro
Lembra-te que a minha mão
Pode servir de canteiro.
Ainda estamos a tempo.
Tu és aquela que eu amo.
O teu coração contemplo,
O teu amor reclamo.
Quero caír nos teus braços
Os teus olhos acariciar,
Adormecer no teu regaço
E com teu amor sonhar
Dois corações siameses
São os nosos mais nenhum.
Quero sempre, não por vezes
Que os dois só formem um.
Sofremos do mesmo mal,
Sofremos da mesma dor,
Mas a doença é natural
Que não morre , é o amor.
Ao acordar pela manã
E o teu corpo contra o meu,
Beijar teus lábios de romã,
Ficar a vogar nos Céus.
A tua pele tão sedosa,
Tão sedosa e perfumada,
Faz-me lembrar uma rosa
Que abre de madrugada.
Não me deixes mais sofrer
Vem depressa me beijar,
Não me queiras fazer crer
Que me deixas-te de amar.
Reservei um quarto na Lua
Para a nossa Lua de Mel
E a Lua virá para a rua
Para pratear nossa pele.
A. da fonseca