Cinemascópios vazios
projectam filmes provectos.
Entre dois versos, fuma-se um cigarro de luz,
enquanto o parágrafo morre sem ainda ter sido escrito.
Agora sou frio.
Amparo o grito e sou tempestade abolinada
pelas noites do teu silêncio.
Agora sou sudário, espargindo em nebulosas e ventos
o toiro de sangue a espumar morto na arena,
sendo viagem anunciada nas linhas da tua mão,
nas latitudes em declínio e no segredo do teu ventre,
cigano errante, asceta fustigando pegos e abismos-mundos
em transatlânticos de chumbo.
Agora somos prelúdios e rimos
de sermos nós mesmos pólvora incendiada
nos olhos da escuridão.
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