Dentro da janela
onde lá fora chove,
em bagos de paisagem
os olhos ardem,
com o crepitar vento...
Pouso o olhar
nos ninhos de fogo,
esqueço o açúcar na boca
a chávena a fumegar
o café da manhã;
misturo as palavras...
Numa explosão de calor
nos campos, de searas mornas
visto o corpo, na pele que arde...
A rua vazia,
os candeeiros apagados
onde brilha a saudade,
em caudais de verdade
que pingam do olhar,
com os lábios demorados no cigarro!
Acendem as horas, no penhasco da solidão
pautada nas linhas que velarei na memória...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...