Que Natal pode haver numa criança sudanesa,
Morrendo a cada quinze segundos numa mesa
Improvisada de campanha, onde a vã verdade,
Mais não é, que um grito calado, vil insanidade.
E enquanto assim empertigando vera destreza,
O Homem mais não concede, que sua certeza,
Foge de tudo, toda e qualquer destra afinidade,
Porque se roubou, ao povo, sua nacionalidade.
Em Darfur a guerra civil não cessa nunca mais,
Mulheres e crianças degoladas e sem palavras,
Caem abatidas no campo, prenhe dos arrozais.
Tudo isto é uma mentira engenhosa pra vender
Ao desbarato, corvos lívidos, cravando garras,
Sem inquirir, porque meio mundo, está a morrer.
Jorge Humberto
25/12/07