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Sua pele.
Poros
eriçados pelo tato
dos meus lábios.
Abaixo do umbigo -
centro do mundo
do meu gesto egoísta,
perlage
do espumante
que sorvo
na seiva que te brota
entre as pernas.
Os braços esticados
ao longo do teu corpo.
Meus dedos decifram
a geografia
de tuas curvas.
Escalo em braile,
a matriz de poros,
até encontrar seus lábios
que redesenho
com o indicador.
Seus olhos fechados.
Minha boca
ainda pubiana,
abro trilhas de odores
com meu nariz em teus pentelhos.
As virilhas cercam
meu rosto,
de modo que meus olhos
só alcancem corpo,
retorcendo-se
em escultura de pele
no horizonte possível.
Do cálice humano
do teu fogo líquido,
na minha saliva irmanada
aos teus fluídos,
embriago-me.
Amanhã curo a ressaca
em seus braços
com seus beijos antiácido.
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