(Jádison Coelho)
Desagrado:
Estou inflamado
E minha língua presa na máquina de escrever.
Desagrado:
A minha verve é ainda maior,
O meu pudor é de sempre estar nu e só
Lascando o pau em quem ondar tirar
E no alto clã se posiciona.
Desagrado:
Pela missão de um diabo morado no meu pulmão,
Que respira sabão
Entupindo a narina do que dizia.
Desagrado
Porque sou a verme caseira no labiríntico reto
Ovulando...Ovulando...Ovulando...
E a mim pouco importa se nisso está a merda de poesia.
Sendo um miserável que ainda
Mesmo leproso de cruas palavras escreve
E morre defecando a cada dia,
Sou tragável, sou um desagrado pelo beijo dado
Nas mãos, olhos, boca, tripas e escrotos
Dum íntimo cigarro,
Dum Mestre Sexual: Gregório
De matos e guerra vã.