Amar não é penitencia,
Mas pode ser sacrilégio,
Se nossa alma é carente,
O nosso amor é flagelo.
A mim o tempo ruiu,
O amor se esfacelou,
Ele passou eu não vi,
Agora amargo a dor.
Já saquei todo intento,
Eu beijarei teu congote,
Após te levo ao cinema,
E lá teremos mais sorte.
Teu desejo eu salivei,
Passei por cima de tudo,
Em você me encontrei,
Ali nos lábios carnudos.
Somente me realiza,
O amor é contradito,
Traz alento ao corpo,
Desalenta meu espírito.
Um amor que atormenta,
Que te alimenta e sacia,
Mas também é água fria,
Quando de ti se ausenta.
Cada um em seu quadrado,
Quem puder entre na pista,
Mais o mundo dominante,
É dos falsos moralistas.
De mim podes te apossar,
Teu querer é patriótico.
Quando a saudade matar,
Seremos os dois devotos.
Você é minha poesia,
Tenho tudo que preciso,
Elegância e cortesia,
Meu escrever é conciso.
O que eu quero você quer,
Vamos passar os papeis,
Depois viver este amor,
Um casal de menestréis.
Miguel Jacó