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O poeta que escreve o vazio.
O navio partindo sem retorno,
sem juízo.
O final dos tempos,
sem prejuízo.
O juízo final.
O sinal de que há tempos
o vazio é um fim em si
mesmo.
O vazio esmo,
o poeta
cheio de vazio
que escorre em letras pela lapela
do poeta.
A gravata é de borboleta viva.
A lâmpada acesa
iluminando a janela do poeta
na madrugada.
Todos dormem,
menos o vazio
mesmo,
meio cheio,
meio vazio.
Incompleto poeta
repleto de letras
repelentes de dor.
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