Nos pés da negra sinhá,
a roda do vento, passa.
Passa e desfia os cabelos,
ouvindo barulho do mar.
Pandeiros do tempo
afinam o couro dos surdos.
Ouço atabaques de Oxum
e tamborins de Oxalá.
Gira o som do meu samba
nas pedras das ruas lavadas.
Giram as pernas nos terreiros
onde dormem guerreiros filhos
de Obá.
Giram as sementes nos jogos de Ifá,
o tempo nos olhos, nas mãos de Alá.