Depois de construir um ninho, passado alguns dias, voltei ao cimo rochedo onde o teu nome brilha …
Lá estava intacto, a flor se inclinou para o mar, mas alguém levou o baú …
Fiquei triste, mas percebi que ninguém pode levar o maior tesouro de todos, o cântico do teu íntimo …
Por isso amanhã vou construir nesse local, uma caixa de correios, e deixarei aqui e nessa caixa, todos os dias, um carta com um poema incompleto, até que seja reposto o baú …ou até que o meu cântico tenha respostas ….
Fica o primeiro :
Como é um linguado?
Nunca me ensinaram a dar linguados…
Por isso não sei usar a língua no beijo
Antes prefiro deixar os lábios
Desmaiados nos teus
Perdendo a identidade
Esquecendo de quem são …
E quando acordados,
Ficaremos com a sensação
Que os lábios já não são os mesmos…
Ensinamentos gramaticais são como remendos de tapeçaria …
Quanto a minha escrita, não passa de um balão roto que gostaria de voar …
Por isso aqui estou como aprendiz, contemplando as palavras dos outros que fazem da poesia o seu sopro …