A tormenta que me assolou a mente
Levou a inspiração da minha alma,
Quedo-me silencioso
Na angústia do advir!
Anseio pela brisa serena da primavera
Que me traga o colorido das flores
Da esperança
E o perfume da minha acalmia!
Com o chilrear das aves
Aguardo melodias
Que me embalem o coração
E me enlevem
Ao ritmo suave dos sons!
Este desassossego
Que invade as minhas entranhas
Domina-me a vontade
E me faz cair num abismo
De escuridão!
A minha vida foi anoitecida
Pelo sol que eu encobri
Num fim de tarde desatinado!
Restam-me os vendavais
Que me despertem
Deste fenecimento de mim!
José Carlos Moutinho