“ — “Flégias, Flégias, estás em vão bradando!” —
Disse-lhe o Mestre — “nos terás somente
Enquanto formos o paul passando.” —
Como quem reconhece, e pesar sente,
Um grande engano, que se lhe há tecido,
Flégias assim na sua ira ardente.”
A Divina Comédia - Inferno, canto viii
Cabelo desgrenhado, hirsuta barba repta os anseios da tempestade,
nas noites outonais entornando gélidas lágrimas, olhos derramados,
não aquece nenhuma flama da terra, nem há das estrelas o alvaiade,
a todos quer enlear como vento, como numa chuva lavar os pecados.
Ninguém restou para os sepultamentos, nem a dormir na cama fria,
só zombeteiro pendente, oscilante pêndulo insólito mede o templo,
enquanto da rasgada chama escura das velas da alma quer alforria,
carrega indócil a carga fatídica longe do chão a espelhar o exemplo.
Oh, venha para esta escuridão. Não haverá de sorrir, benevolente,
sonhando com alvíssaras de fadas benfazejas, distribuindo loções,
toda a vida neste impacto, num vaticínio a medi instantaneamente.
Em consonância com as vagas da sorte ouvira de somenos discursos,
talvez, alem das amiúdes janelas mal iluminadas passe a ver clarões;
Ah! não me reconheço, sequer entre soluços desta noite nos cursos.