O mundo girou porque tudo mudou
O dia adormeceu, a noite o ocultou
Envolvendo-o no seu cálido beijo
Que nos enche de sono e desejo
Mas algo aqui não o acompanhou
Algo preso no tempo ficou
Enclausurado da forma errada
Em espelho refletindo o nada
Queda-se quieto, aguardando
Por algo que deseja, esperando
Algo que re(ative) o seu rodar
Girar de novo, tudo compensar
Deram-lhe um nome surreal
Que por sons, soa bem afinal
Nem tem forma, expressa, corpórea
Alma talvez, vê-se pela sua oratória
Inteligência é o seu batismo
Escolhido pelo jugo do egoísmo
Cativante outras vezes ignorante
Mas sempre tolerante, é constante
Mas agora parou, cansou
Decidiu de forma errada
Punir a ingratidão e estagnou
Não acompanhou, ficou parada
Aninhada, encolhida na estrada
Rodou mais uma vez o universo
Inverso ao estado de quem parou
Espantou-se por parecer perverso
Adverso ao mundo, que o criou
Somente queria um alento de esperança
Mudança que aceitaria de corpo presente
Suficiente para harmonizar a desconfiança
Descansa ainda mais, esquecendo o presente
E foi assim de forma errada, cruel e indelicada
Que tudo parou, quando a inteligência nos deixou
Ainda aguarda parada, escutando algures, calada
Por aquilo que a faça de novo rodar, voltar a girar
Algo que a motive a voltar, nossos espíritos animar
Mas da forma certa, pela porta agora aberta