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O Alentejo

 
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O Alentejo

Que lindo o nosso Alentejo! Sereno, perfumado, quente, não só no clima mas no seu conjunto de paisagem, gente boa, simpática, abençoada, linda
e acolhedora. O sotaque privilegiado com que nos acolhe, parece um cântico nostálgico dos seus primitivos antepassados lembrando doces cantos mouriscos. Parecem amortecidos nos seus modos diários mas as pessoas são trabalhadoras incansáveis. O Sol brilha quase sempre e as estrelas são fulgurantes como não vejo em outro lugar. A noite é de uma beleza invulgar, calma, perturbadora de tranquilidade silenciosa. Tudo parece dormindo um sono de Paz. A aurora desperta mansamente. Toda a gente se levanta e afadiga a cozinhar e meter nas marmitas o almoço, a janta como dizem, para partirem ainda madrugada pelos campos fora.
Os animais tratados. A casa amanhada, em cima do frigo, uma torradeira. Todos os atavios de que
precisam para um dia de jornada, ali estáo. Calçam botas, meias grossas por vezes de riscas coloridas e feitas ao serão, Apiraltadas! Saias, camisas largas apertadas na cintura por aventais de chita floreada.
Os lenços postos de maneira que o Sol não as queime e proteja além dos grandes chapéus de palha que lhes compõem a figura e reforçam o seu bem estar. Os homens acompanham-nas e trabalham nos trabalhos de campo que lhes competem. O sono deve ter sido reparador. A alegria está estampada nos rostos queimados, morenos. Partem e em vários pontos juntam-se e fazem os arrenegas da manhã com os ditos, gracejos e
apartes graciosos e divertidos. Daí a pouco tempo o rancho compõe-se e lá seguem cantando canções lindas, calmosas que já acompanharam os avós do tempo de antanho e sempre recordadas em todas as gerações. A hora da merenda é seguida pela sesta merecida. O petisco geralmente é acompanhado de belo vinho das suas cepas, bem merecido depois de toda a manhã apanhando as espigas douradas das searas ou cegando todo terreno, sachando ou outros trabalhos devidos ao campo. Depois deste calmo ressoar aí partem aos afazeres novamente. Voltam à tardinha, cansados mas alegres, canzeando... Vão-se separando e cada um segue a sua embocadura com os seus rituais costumeiros. Tudo isto é pouco para contar uma vida tão cheia, e um povo tão trabalhador de sotaque castiço e bela nos cantares dos ranchos folclóricos tão ritmados. Terra invejável de costumes e embora não pareça de alegria.
Assim um pouco do nosso Portugal mágico contado e que tanto tem para contar. O Alentejo de encanto visto por uma alfacinha…

Vólena


 
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Volena
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 28/11/2013 12:10  Atualizado: 28/11/2013 12:10
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Mensagens: 10200
 Re: O Alentejo
Bom dia Volena, com muita primazia, suas considerações, nos trazem muito dos costumes desta região de Portugal que pelas suas descrições, me fazem crer numa região onde a labuta agricula ainda se faz dominante, e falas de um povo que sente prazer em manusear a terra, e dela tirar o sustento, parabéns pelo seu contagiante poema, um grande abraaço, MJ.


Enviado por Tópico
samuelk7
Publicado: 28/11/2013 21:28  Atualizado: 28/11/2013 21:28
Da casa!
Usuário desde: 28/09/2013
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Mensagens: 497
 Re: O Alentejo
Olá Volena!Com um texto bem bonito e bem detalhado como é de sua característica!Você é como um livro aberto e interessante em que cada vez que tenho a leio acabo aprendendo cada vez mais!É um pena que Portugal esteja passando por um crise mais isso é normal de todos os países!Um abraço


Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 28/11/2013 22:53  Atualizado: 28/11/2013 22:53
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: O Alentejo
Poetisa Volena

Que bela e rica leitura...dá uma vontade de ir conhecer um lugar tão aprazível...onde mora um povo que trabalha e é feliz...
Vou levar comigo para reler
Bjinhos
Carol


Enviado por Tópico
Eureka
Publicado: 30/11/2013 23:34  Atualizado: 30/11/2013 23:34
Membro de honra
Usuário desde: 01/10/2011
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Mensagens: 4297
 Re: O Alentejo
Mas que beleza Vólena!
Senti-me no Alentejo indo à da Maria Vitória fazer uns mandados das costuras.
eheheh
Sou Alfacinha filha do Alentejo e do Algarve, de sotaques percebo bem. Nesses maganos me dou beim... Tal nã está a coisa hãn.
Foi um gosto ler o seu texto de uma pontaà outra. Tanta riqueza de imagens.

Abraço
Eureka