MIRAGEM
O quanto podemos se andamos sozinhos?
Nos nossos caminhos, de mil devaneios
A busca é incessante, tão cheia de anseios.
A nossa verdade, tão itinerante
Persegue as trilhas de nossas visagens
Tão logo nos cansam as velhas paisagens.
Inquietas vontades jamais se saciam
Procuram, sedentas, além do infinito
Encontrar, sem descanso, da vida o sentido.
A cumplicidade de quem se habilita
Conosco partir nessa eterna viagem
Vai em busca do sonho, ardente miragem.
E andam sequiosas por novas respostas
Como num deserto à frente se agita
O tão esperado final da desdita.
Apressa-se o passo, estende-se a mão.
<br />Então, de repente pra nossa surpresa
De novo acontece a sublimacão.
É esse o mistério que nos impulsiona:
Seguirmos vivendo, na vida aprendendo
E mais dela querendo até a consumação.