Quando o relógio
anuncia o andar calmo
dos ponteiros lentos
dentro do peito
grito silêncios apertados...
Desço o olhar pela janela
conto os canteiros
salivo o trago das memórias
nas pétalas que correm no jardim...
Bato com os dedos
num imaginário piano
ando em remoinhos loucos
parada no tempo...
Bocejo o fumo do cigarro
com os lábios líquidos...
Ao fundo do infinito
perto do olhar
o calor volta
quando a deslizar no escuro
escuto os teus passos calados
a reconfortarem o meu baloiçar...
A deslizar no escuro
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...