Sai da minha cabeça, Não para te perder, Á espera do que aconteça, Eu espero para ver, Estou cansado de sonhar, Mas deixo-me adormecer, Depois quando acordar, Tu vais desaparecer, Isso é muito vago, Um romance violento, Sou José Saramago, Tu o meu Memorial do Convento, Enquanto digo que não, O desejo avança louco, Enquanto eu passo a mão, Nas páginas do teu corpo, Acelero sem visão, Sem que o coração parta, Se entrar em contra-mão, Não me tires a carta, Dá-me uma multa levezinha, Estou a limar umas arestas, A culpa não é minha, Tens mais curvas do que rectas, Não perguntes: "Quando a multidão for embora, Tens-me sobre escolta?", Pergunta-me: "Dás conta de a multidão estar agora, Á nossa volta?" Sou um ser aparte se for, Só uma parte do teu ser, Como vou acreditar no amor, Se ele arde sem se ver?
"Sai da minha cabeça, Não para te perder, Á espera do que aconteça, Eu espero para ver, Estou cansado de sonhar, Mas deixo-me adormecer, Depois quando acordar, Tu vais desaparecer,"