O sol já começa a declinar, para dormir, vai sonolento,
ainda paira sobre as dunas, doura as areias flutuantes.
Como foi desde o princípio dos tempos, ele dá o alento,
trazendo com luz e calor, as tantas energias vibrantes.
Quando adormecemos no final do dia, na paz nos jazigos,
despertados seres noctívagos, o reino da noite se inicia.
No silêncio tão profundo, vento agitando cedros antigos;
mas condenados que são, jamais viverão no calor do dia.
Não há mais ruídos, sequer dançando ali simples agulhas,
quando em quando, fogos de santelmo emitem fagulhas.
Sob lajes frias tentam decifrar os caminhos das alturas.
Almas que se foram antes que baixassem à rasa campa,
lá estão distantes, duma vaga nebulosa são a estampa,
esquecidas que um dia ocuparam carnes das ossaturas.