Em códigos perguntaste se eu queria um beijo, olhei-te nos olhos a tentar saber qual o tamanho do pedaço da minha alma que ficaria contigo se aceitasse tal proposta, fiz-me de desentendido, como diversas vezes faço para não deixar que as coisas caminhem em direcções que não desejo, mas desejo e nesse desejo desejado vagueio por meu espaço enquanto mexo em minhas coisas, encontro-te em vários sítios, de varias formas e mesmo não te vendo vejo-te, afinal não foi necessário aceitar teu beijo para deixar uma parte da minha alma pintada com tuas cores, e lembro-me do vermelho dos teus olhos, olhos de quem chora? Olhos de quem fuma? Não sabia, e tua proposta apanhou-me de surpresa, não tinha outra resposta senão não, não com um medo disfarçado, não de fuga, e mesmo a segunda investida tua resolvi virar-te as costas como se não tivesse te ouvido, afinal de contas nem disseste bem, meros sinais que talvez pertençam a minha imaginação, mas eu queria ter aceite, queria ter te aceite nessa altura mas não foi possível, sabes? A dependência estraga tudo, não queria depender de ti, como não quero hoje depender de ti, por isso peço-te, sê simplesmente minha mulher, sê simplesmente aquela que eu amo, não tentes ser a minha felicidade, ela é tua, teu sorriso que me faz sorrir também, eu sei que não tenho cobres para te vestir de bom pano, sequer tenho rimas para te escrever poesia, para ti apenas tenho a mim, só esse eu que já está a ficar cada vez mais colorido com as tuas cores.
Re: Colorido com as tuas cores
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