Poemas : 

Até quando as 4 bocas vão engolir - LIzaldo Vieira

 
Até quando as quatro bocas vão engolir - Lizaldo Vieira
Essas manipulações do tinhoso
De tantos e quantos malandros
Inimigos confessos de gaia
Como lavrar a terra
Descer nas cachoeiras
Irrigar a pastagem
Lavas roupa
Limpar a louça
Pescar o marisco
Ser navegável
O Rio Sergipe não tá pra peixe
Virou penico
Deposito de lixo
A vida marinha
Em desatino
Arrasta-se combalido
Feito cobra pelo chão
Depois da pancada
Nadando na contra mão
Os olhos gordos do “progresso “
São mais fortes
Preferem a morte
Esgoto sem tratamento
Caldinho de fezes e vinhoto
De tudo ruim
Jogam lá dentro
Ainda reclamam
Porque meu velho Sergipe
Anda tão revolto
Com triste sina
Entulho
Lama e bosta
Lançada pela burguesia diariamente
Na rua
Na beira mar
Na rua da frente
Mais cheira mal
O que vem como troco
Também não é de bom tom
Jogam lata
Pet e todos os dejetos
Depois falam de mim
Renegando que sou ruim
Dizendo que nasci sem prestar
Restinho de ponta do tenebroso
Donde essas tais
QUATRO bocas
Vão ter que se sumir desse lugar
Diz o maldito projeto
Da propagando oficial
Que ninguém testemunhou
Que as medidas são preventivas
Prevenir ás gotas invasoras
Por aqui aportadas
Conta outra piada
Coisa ruim
A força das águas do mar
Sempre estiveram aqui
Vocês é quem vieram
Lá das quantas
Tal qual epidemia
Erva daninha
Pra tudo acabar
Contaminar
Se um dia acabaram com a cora do meio
Porque esse riozinho das fedentinas
Não se pode matar
Viver esse inferno humano
É mesmo um desafio
Se tudo já tá acabando
Parece uma professai satânicas
Agora
É pegar ou largar
Se mandar pra fora daqui
Inventaram até o milagre
Da salvação do planeta
Com conversa fiada e enganosa
Diz que são das águas assassinas
Da vida e da cidade
Enquanto o diabo vai se arrumando
Se passando por santo do pau oco
Achando que todo mundo é burro
E entope todo leito
De entulho e desrespeito
Espia se a marinada não vem forte
Pra resolver a parada
Por todos os cantos
Cuida-se malandro
Porque pedra por pedra
Alguma vai dar na cabeça
Quem sabe algum inocente
Feito de sonho
POR UM NOVO PLANETA
São pedras e insensatez
No mar estão a atirar
Assim se faz a humanidade
É só olhar pro céu
E o tempo voa
A lua cheia há de brilhar
O sol da manhã
Há de chegar
Com andorinhas e garças
Enfeites da árvore de natal
Vai dar tudo certo
E tomara que esteja vivo
Que totós voltem a navegar
Pra que tempo ruim passe
Que nem aves de arribada
Que o olhar gordo dos infelizes
Não se cruzem com os dentes de alhos
E as tais pedras
Nunca passam do sal
Que o enxofre
Do tinhoso não se atreva
A bolinar por aqui
Rio santo dos siris
Grandeza das terras de Serigi
É planta do deserto
Desague suas águas
Sempre por aqui
Mais que deserto de alma
Amor
Compaixão
Tua nossas tuas revoltas da lágrima
por tantas sobras de arrogância
Intolerância e escambáu
Agora o rio não é mais pra peixe
Fazemos qualquer negocio
Pro especulador ganhar muito mais
Que nos desculpem
Zé Peixe
Dizem até que o manguezal
É o mal da região
Dentro do siriipe
Não há mais tempo bom pra peixe
Sururu
Caranguejo Uça
Ostra milonga ou mexilhão
Só tem chances para as pedras do mal
Fedentina,
Pneus e lama
Por todos os cantos
As águas choram
Pedem saídas
Pra qualquer canto
Vão ficar loucas
Não há mais formosura
Nem chica chaves
Nas quatro bocas
Meu rio Sergipe querido
Por tão larga ingratidão
Largue essas quatro bocas fedidas
E ser vida pro meu sertão


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
Texto
Data
Leituras
628
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.