somos todos iguais
toda a gente nasce
vestida de nada
toda a gente chora
e se sente resignada
a luz que nos dão
incerta e amarga
chegam mãos
que embalam
o berço,de ouro
ou prata
na imensidão de um tempo
que de tempo pode não ter nada
chegam mãos que afagam
quem nasceu
sob uma manta rasgada.
chegam beijos ternos
não precisam
nem de ouro nem prata
somos todos iguais
só o mundo nos difere
a terra prometida
não é mais que mares
encrespados guiados
por marés inóspitas
somos todos iguais
com ouro
sem ouro,ou sem prata
ana silvestre