Flores de Lótus emergem da lama, tocam a luz do sol e desabrocham.
Na sujeira de ruas escuras a inocência se perde e fenece como a flor que não toca a luz
Luz para as minhas flores! Sol para as lótus nascidas na sujeira!
Que a inocência das flores minhas sobrevivam à escuridão!
Que a fome de amor seja saciada, assim como a do pão!
Matem as lágrimas a sua sede de afagos e as tornem surdas aos gritos silenciosos dessas dores!
Minhas crianças... Minhas crianças!
Medrosos, assustados... Olhos que imploram o perdão de não serem culpadas!
A vida não as celebrou... Não! Nem cantos, nem festas, apenas paridas, largadas a sorte!
Pétalas desgrenhadas pendem das cabeças e dos talos mal cuidados, folhas em farrapos.
Mal nutridas, selvagens, sem amor, soluçando na poeira das ruas, minhas crianças nuas!
E o frio! E a fome! E o gemido sofrido desse abandono perverso!
Quem cuidará dessas pequeninas flores?
Quem as transplantará em belos jardins cercados?
Jardins de amor para as minhas lótus nascidas na lama...
______________________________________
Copyright: proibida a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a minha prévia permissão. Ass. Luiz Falcão.
LuizFalcão