nas incertezas que o poeta tem
percorre as quadras com seus dedos
foge de si, e procura por alguem
que consiga ver seus segredos
esconde nas entrelinhas da escrita
seus amores, suas dores, seus medos
e procura na solidão de um ermita
o fio libertador de seus enredos
faz e refaz o seu olhar na esperança
de se encontrar entre as suas sombras
que o tempo guardou desde criança
descobre-se, entre loucuras escondidas
nas parede, onde desenhos de carvão
se movem ao som do coração