Poemas : 

Sicut erat in principio

 
o brilho falso dos olhos
arrancou do rosto a noite
o rouge das horas
chamou tua lembrança
das esquinas, vielas
com o pensamento
privou-o de sequer durar
cremou-o
sem razão
sem oração

arranhou a crença, o silencio
toda dor, medo, desgraça
como quem arranha uma lata
que só se abre por dentro
não se toca
com os dedos
apenas agora,
com o fel da doçura

só para espalhar...
o cansaço de Deus
como uma casa serena
e uma hesitação
cega

(em) tua boca crua.



Vania Lopez


Devo confessar que sou o contrário, meus passos seguem em contrário.
Sou uma pessoa inquieta, vou onde meu vento me leva. Artista Plástica e escritora, as vezes sem saber se pintoraqueescreve ou escritoraquepinta...
Procuro por algo, mas a intenção n...

 
Autor
Vania Lopez
 
Texto
Data
Leituras
855
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
15 pontos
7
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/11/2013 09:06  Atualizado: 12/11/2013 09:06
 Re: Sicut erat in principio
Palavras junto ao silêncio. Um silêncio que se traduz. Magnifico poema


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 12/11/2013 12:02  Atualizado: 12/11/2013 12:02
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Sicut erat in principio
Bom dia Vania, o homem se vale da sua sensualidade parente, para praticar as suas malevolências subjetivas, parabéns pelo seu contundente poema, narrando a desfaçatez com que a maioria de nós pratica suas imoralidades, um grande abraço, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/11/2013 23:27  Atualizado: 12/11/2013 23:27
 Re: Sicut erat in principio
*são tantas imagens introspectivas que minha alma fremiu aqui.
ler-te, uma viagem cerebral.
beijoka*


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 28/11/2013 01:32  Atualizado: 28/11/2013 01:32
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18645
 Re: Sicut erat in principio / martims
o que só se abre por dentro
sabe tocar o silencio... obrigada