Saiu hoje o resultado fatal quase até imoral
Que queimou dentro de mim a ambição
De puder crescer moldando a palavra
Como quando a vida em nós escava
E não encontra qualquer solução
Tantos sonhos, criados em finos contornos
Enleados em tecidos de fino cristal
Que agora padecem sem grandes adornos
Morrendo porque morreu também o seu ideal
Este plano mortal que causou a (des)ilusão
que enevoou os sentidos e rasgou a minha alma
bem que precisa de um estado de C(Alma)
que liberte o sonho e iluda esta fria prisão
Pois perder pode não ter a ver apenas comigo
Com as formas e cores escritas, exudadas por mim
Em gotículas de líquidos espessos que por fim
Borram a página de mais um capítulo da vida
Que a (des)ilusão absorve trazendo-me a desdita
Mas o sol que brilha ostentosamente no céu
Esforça-se por remover da minha alma, o breu
Retirar estilhaçando o feio e grosseiro cinzento
Que agora alimenta todo o meu desalento
Não quero mais viver assim, perturbado
Privado da guia que me traz da vida, a alegria
Afinal não passa de um…mero, vulgar resultado
Que não define nada, nem traz valor acrescentado
É apenas parte desatinada, fonte geradora de agonia
Porque a ilusão que faz parte da desilusão
Partilha com ela a visão, de fazer parecer
Que tudo de bom nos vai acontecer
E ao fim ao cabo, no final, é apenas uma sensação
Que apenas causa celeuma e confusão
Que nos suspende e nos contêm a mão
Saiu hoje o resultado fatal quase até imoral
Mas já estou agora com ele conformado
Pois limpei a minha alma ainda em pedaços
Cheia de momentos bons, infelizmente escassos
Que pelo menos deixam-me mais animado
Que chegarei a vencer a des(ilusão) no final
E para quem sofre e sente a dor dela bem presente
E as minhas palavras não unguentam e harmonizam
Foi porque a ilusão vitoriosamente ainda se sente
Os ânimos ainda estão acesos, camuflando a razão indiferente