Poemas : 

O sangue do poema

 
A suavidade desperta-me,
os sentidos
quando os violinos dançam
na ponta dos dedos,
voam de mim, os olhos!

A emergir do silêncio
entre notas musicais;
nas cordas, que se enrolam,
na madeira polida, reconstruo
os sons, rasgados dos ruídos
onde os rios se escrevem...

Na água, que me balança
tudo é trespassado,
nas colinas escondidas
no leito do sol,
o mundo muda
nos mesmos olhos!

No celibatário
onde, sei caminhar
na noite que as frases esquecem
o violino, chora ao lado do piano,
as páginas silenciam,
o cansaço, na confissão
de tocar, o sangue do poema!


Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...

 
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AnaCoelho
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