Eu não moro no espelho, mas a sua imagem está lá,
Eu não gosto de retratos, eu não gosto de olhar,
Pois lá estamos tão felizes, sentimento agora inexistente e irreal
Pedem pra gente sorrir, pra gente fazer pose,
E de tamanha ingenuidade aceitamos...
Perguntei a boneca da vitrine
Por que estava lá.
Ela me disse que não teve escolha, foi fabricada.
Tem coisa que não escolhemos.
Retirei os panos pretos das janelas,
Retirei as placas de quarentena
E fui na floresta apanhar flores.
O buquê já estava no seu quarto
Por isso não as entreguei...
E na floresta perguntei a um tronco podre
Quem o tinha matado.
Ele me disse que foi o bicho homem,
O que o homem toca, estraga.
Ontem fui ao Sinuca com uns amigos,
Hoje só, cuido do meu jardim,
Depois fui ao Mendanha meditar
(Só tem gente invejosa nas escolas)...
Perguntei prum monge lá nos sonhos,
Como sabia tantas coisas,
Ele me falou que não teve vergonha de viver,
Sem esquecer o que com o que,
Na hora certa.
Sua mente aberta, o serrote estava lá
e a fabrica a funcionar,
São isso apenas detalhes que fazem o mundo girar.
Vamos Unir nossos Poderes