Você é minha eterna maldição
Crava punhais em meu peito
Como se isto te desse tesão
Torce estes mesmos punhais
Para me fazer sofrer
E sofrer mais e mais e mais e mais. . .
Em carniças me encerra,
Enterra-me em montes de estrume
Retira da minha alma o pouco que resta
Do teu doce perfume
Transfixa em meu ventre tua alma maligna,
E grita!
“Tu vais renascer entre vermes e ser fera maldita”.
Maldita por ter que explicar
O que eu mesmo não entendo
Morrer porque quem nasce morto,
Tem no lobo carniceiro
Como ser cativo em seu próprio e pobre cativeiro
E nesse turbilhão de tempestades,
Sou maldita fera
Terminou a primavera.
Em meio a catedrais tenebrosas me escondo,
Rastejando sem alma farejando escombros
Sentindo o peso das dores do mundo em meus ombros
Sou tua escuridão, eu sou você
Aponta-me o farol do mundo
Entrego-me ao teu amor profundo
Abraça-me como se fosse o ultimo
O ultimo suspirar de alguém que se não morreu
Resta moribundo
Alexandre