Exposição
João Calazans Filho
O nada às vezes é exemplar,
Mesmo sem poder visualizar,
A exposição da matéria ou espírito,
De muitos que vivem simplesmente de gritos.
Existem muitas formas de gritar:
O grito que denota o amar,
O berro que poderá até ser sincero,
Mas, funde-se perdido em mistérios.
A superficialidade de desejos,
Que maquiam obscuros ensejos,
Perdido sob uma cruel matiz,
Confirmando que jamais será aprendiz.
Quantos se mostram faceiros,
A luz da verdade são tímidos desordeiros,
Excluídos do pensar tentam um pouco de calma buscar
Expondo-se completamente para alguém encontrar.
Os exibicionistas são de aterrorizar,
Basta uma lente ou objetiva encontrar,
Para o ego se mostrar,
Sem razão ou consciência para algo criar.
São muitos os caminhos dos desabrigados de alma,
Usando a materialidade a calma falsear,
Exteriorizando exarcebadamente a matéria,
Sobrecarregando o espírito com ausência de primaveras.
Assim vemos desfiles em fotos,
De corpos sem pudor ou medo de terremotos,
Abrindo-se a auto-ridicularização,
De quem vive pela possível fama e sem razão.