É agora com muito agrado
Que vos conto mais um bocado
Da historia de Jomad’o sado
Feliz poeta mas, triste desempregado
Podia ter sido um doutor
Mas do sangue tinha pavor
E tremia-lhe demais a mão
Era do álcool pois então
Pensou depois em ser engenheiro
Dizia que se ganhava muito dinheiro
E ele até tinha algum talento verdadeiro
Pois projetou e criou até um belo fogareiro
Mas quem queria um engenheiro
Que só sabia técnicas de fogareiro
Que passava o dia a cantarolar
Há espera da hora do Jantar
Ser politico também foi sua ambição
Pois tinha a manha e a voz de papão
Tentou na praça um dia discursar
Foi logo preso por andar a vadiar
E os anos passaram sempre devagar
Sem o seu potencial no fundo explorar
Mas marcado no seu rosto e pleno no olhar
Ficaram as mágoas de nunca se encontrar
A primeira parte da história já a contei
E sobre ela nada mais agora direi
Apenas um pouco do véu levantarei
Ao dizer que em breve um livro publicarei
Mas para não perder o fio da meada
Que a história não estava terminada
Saibam também que fui motorista
Num belo táxi cor de alpista
Tudo corria bem até que um dia
Fiquei com a caixa do dinheiro vazia
E por pouco a vida não a perdia
Lutando com um malandro que não fugia
Também fui consultor de telecomunicações
Nome pomposo dado por aldrabões
Pois andar de porta em porta a enganar
Quem apenas quer descansado jantar…
estão a ver de quem estou a falar?
Finalmente uma ultima tentativa
E talvez de todas a mais agressiva
Em que mais tempo tive voz ativa
Fui empresário, coisa que todos cativa
Mas empresário que nasce pobre
Infelizmente logo depois bem descobre
Que embora tenha quem por tudo lhe cobre
Para ajudar ninguém, nenhum que no fim sobre
E como a informática corria-me nas veias
Em vez de sangue tinha bytes e lógicas cadeias
Tive mais uma disparatada de minhas ideias
Fui consultor bancário, programador e tudo a meias
Mas quem o curso tirado não o têm
Não é com bons olhos que os colegas o vêm
Fiquei de novo sem um vintém
E acabei no desemprego e aqui me têm
Valeu a vivência, a grande experiência
Valeu agora ter-vos como audiência
Contando pedaços de minha vivência
Apertando as pernas com alguma urgência
Pois por falar de tanta porcaria passada
Fique com uma opressão e a barriga inchada
E é melhor não fazer demorar mais a coitada
Aquela que na casinha dará uma bela cag…