todos aqui aprendem desde cedo
a conviver entre a fumaça e o sono
e são de si o estúpido arremedo
do cão vadio órfão de seu dono
trazem no bolsos luas de brinquedo
fazem descaso do próprio abandono
da boca de um escapa um verso azedo
um outro quer verão em pleno outono
alguém tropeça no tropeço alheio
a mão pesada acerta um rosto em cheio
e voam copos cadeiras e mesas
não tarda a calma volta de repente
no prejuízo o que ficou sem dente
brinda à saúde das suas tristezas
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júlio, 30-12-07
Júlio Saraiva