Isso não é dor é só miséria,
não é vida é só matéria,
consciência vibrando a forma,
demência gerando normas.
Não é crime, é só uma morbidez
que me degusta,
não é desespero é só um berro,
que me assusta.
Uma incerteza que eu me apego,
que revira meu vespeiro.
Não é muito, é o que me cabe.
Não é pouco, é o que preciso,
uma chaga desconhecida,
que não mata e não diz
porque me move,
nem me deixa prosseguir.
Isso não é lodo, é o mesmo caminho,
que insisto percorrer.
Não é mofo nem é triste,
é só o passado que resiste
em não partir.
Não tem vida nem respira,
acontece onde nada havia,
(agride sem cessar).
Não é a fome, é só comida que não sacia,
não se mostra nem me diz
porque me anima.
Não sei o que sou,
só sei que não sou
o que eu sei…
que me nega.
Nunca pensei ser
coisa que anda,
nem coisa que geme,
que me cega.
Já pensei ser,
as causas do caminho
eu que sou estradas,
que se perdem.
Habito à tarde,
a mente me leva,
ma...