Entre as folhas do prédio da cidade
Caem minhas incertezas das mãos de Deus,
Entre os ares pardo da negra rua, olhos meus
Giram, despedaçados, em órbita da divindade
Pontas soltas da incerteza, e tantas,
Atordoam-me ao léu do vento
A cada semáforo que cruzo, invento
Termo do incerto em horas santas
Não santas são as horas escuras,
Acordado do sonho em plena rua
Onde já vejo gentes e a cidade, nua
Sem certezas para as minhas curas
E deparo com as folhas dos prédios da cidade
No chão envolto aos meus passos
Em sombras que se cruzam em laços,
E o semáforo verde, como campo da liberdade
Bretiney Rodrigues